E partimos para Long Beach com a ingênua pretensão de consertar a geladeira do carro e a câmera de filmar. Alguns dos diversos equipamentos eletrônicos que morreram no frio do inverno americano.

Em Long Beach vimos o lendário navio Queen Mary, uma espécie de navio irmão do Titanic. Ele está ancorado ali desde de 1967 e hoje é um hotel flutuante e famoso por ser mal assombrado. Na sala de motor tem o fantasma de um homem que morreu esmagado. Muitos visitantes já viram ali um fantasma de macacão azul andando perto da porta, fantasmas de mulheres com maiôs da moda antiga foram vistos várias vezes na piscina. Trilhas de pegadas molhadas também foram vistas, apesar da piscina estar vazia. Uma mulher de branco já foi vista várias vezes dançando sozinha no salão. Além do fantasma pianista que arrepia os visitantes do navio com suas notas assustadoras.  

Todos os dias vimos veículos curiosos nas ruas como essa espécie de ovo kinder misturado com bicicleta motorizada e até veículos militares particulares. A PM carioca precisa de um desses quando passa no Baixo Gávea e começa a chover latas de cerveja... hehehe

Outra curiosidade na Califórnia são os diversos poços de petróleo espalhados pela cidade. São centenas deles em lugares surreais, como este no estacionamento do Mc Donalds.

Fomos conhecer o “Posto 9” dos americanos. Venice Beach, a praia dos doidões.

Ali tem uma pista de skate disputadíssima e uma tradicional ciclovia na areia da praia.

O calçadão é repleto de criaturas surreais e dá para passar uma tarde inteira rindo dos caras engraçados que andam por ali. A loja mais disputada vende maconha medicinal e os médicos lembram o Jimmy Hendrix.

Nos mandamos para um camping chamado Carpinteria que fica perto de Santa Barbara, ao norte de LA. Ali os motohomes ficam grudados um ao lado do outro.

E sempre existe alguém com apetrechos inacreditáveis, como coqueiros de neon, para enfeitar o acampamento.

 

No camping é proibido fazer a manutenção do carro, mas se não fizesse ali, faria onde? No estacionamento do Wall Mart?

Arranquei o banco fora e instalei mais um inversor. Agora de 2500 watts com picos de 5000 watts. O microondas pode funcionar folgado, além um fogão elétrico, forno elétrico e cafeteira. Afinal no Farofamóvel não tem botijão de gás, pois ocupa muito espaço e o plug é diferente em cada país.

Os ventiladores que entraram em curto no frio foram trocados por novos, franceses feitos para barcos, super fortes, silenciosos e puxam pouca energia. Show!

A correia da geladeira arrebentou, pois o motor ficou forçando uma engrenagem congelada. Claro que não existe esta correia nos EUA. Consegui substituir por duas correias de aspirador de pó, uma sobre a outra. Funcionou perfeitamente! Nota 10 para gambiarra.

Instalei no rack um Hi-Lift que é um macaco que eleva o carro até mais de um metro do chão. Excelente para desatolar em areia e lama. Aqui é muito mais barato, claro.

Tava dando tudo certo demais. No final do trabalho todo faltava apenas cortar um enforcador de plástico para poder molhar a goela com uma cerveja gelada, mas o canivete, dos grandes, escapou e encravei a faca na minha mão! Corte super profundo com as tripas aparecendo!  Que bosta! E lá fui eu para o hospital pela oitava vez nesta viagem!!! Juro, já fui para o hospital mais vezes nessa viagem do que em toda a minha vida! Vou trocar o nome do site para viagenshospitalares.com e a Ana vai abrir uma coluna de remédios maneiros.

Chegando ao hospital descobri que por muito pouco não perdi os movimentos da mão, pois enfiei a faca bem perto de um nervo importante que faz a mão fechar. Não contei no relatório passado, mas aquela bactéria que peguei no deserto de Utah me ferrou e comecei a ter sintomas de febre reumática que inflama as artérias do coração e pode matar em menos mês. A Ana também pegou, mas tomou remédio no início e só teve umas tonteiras e sentiu os braços pesados. Depois de me internar na emergência de um hospital em Hollywood, os médicos chegaram a conclusão que eu estava com artrite, que isso era bem raro, e eu iria me recuperar sem sequelas. Ufa!

Hoje eu tô novinho, novinho, prontinho para ir pro hospital pela nona vez.

Depois da mão consertada, o médico proibiu o surfe por 10 dias.

- E beber pode?

- Pode!

-Içcccaaaa!

E voltamos pro camping onde consegui beber normalmente com a outra mão...hehehe

No dia seguinte fomos para Rincon, uma onda perfeita para direita. Ali é o quintal de ninguém menos que Tom Currem, tri campeão mundial de surf. Como eu não pude surfar, é claro que o mar estava clássico, sem vento e tamanho ideal. Ali eu surfei a onda mais comprida da minha vida, 14 anos antes, quando vim visitar o velho amigo Heitor que morava em Santa Barbara. Essa onda é, sem dúvida, um sonho.

Me impressionou como o surfe na Califórnia está passando por um período extremamente nostálgico. As pranchinhas triquilhas são minoria absoluta. A galera surfa na grande maioria de long- board, os pranchões, que nunca saíram de moda aqui, e nas Fish, que são pranchas quadriquilhas e biquilhas curtas, largas e grossas, idênticas às dos anos 70.

Mas o que mais me chocou: os caras estão surfando de Maderite!! A tataravó das pranchas de surfe. Maderites são praticamente tábuas de passar roupa e acredite, sem quilhas! São curtas, sem curvatura e finas. Não dá para acreditar que aquela prancha bóia. Surfar com aquilo? Tá de sacanagem!

Grande engano! Na foto acima o cara da onda da frente passa a seção como um foguete, surfando uma tábua de passar roupa sem quilhas, enquanto o cara da onda de trás pena para passar a seção com um long board. Será que o futuro do surf é uma tábua de passar roupa? Só o futuro dirá.

Depois fomos passear em Santa Barbara, umas das cidades mais bonitinhas da Califórnia. É ali que morava Michael Jackson em seu rancho Neverland.

A State Street é a rua principal com diversos bares e restaurantes badalados. A vida noturna é intensa e animada.

Na praia, além de uma marina coalhada de barcos há um tradicional píer californiano.

Nos mandamos para um camping maneiraço chamado New Brighton. Ali de cima de um cliff dava para ver de longe uma onda clássica chamada Steamer Lane em Santa Cruz.

Ali acontece todos os anos o lendário campeonato O’Neill Cold Water. Quando passamos estavam armando o palanque e o campeonato aconteceria dentro de dois dias!

A área de camping neste lugar é fantástica. Um lugar lindo e extremamente aprazível!

Perfeito para churrascos e fogueiras incendiárias!

Em Steamer Lane tem um museu do surfe  dentro de um farol. Lá existem algumas pranchas mastigadas por tubarões brancos. Na água, eles não estão muito longe das ondas.

Eles se alimentam de umas focas que moram em uma ilhota bem próxima da arrebentação. Ali se surfa no meio de plânctons, focas e acredite, tubarões brancos.

Santa Cruz tem um parque de diversões também...

... daqueles que ficam na frente da praia que nós vemos nos filmes americanos.

Pegamos a Big Sur, famosa estrada californiana e fomos para Carmel.

Uma cidadezinha de praias branquinhas e muito badalada. Uma mistura de Búzios com Campos do Jordão.

Clint Eastwood já foi prefeito de Carmel e o cara tem um rancho lá também. Existe a lenda que ele tem um restaurante por lá, mas não é verdade, o restaurante não existe mais.

Visitamos Point Lobos, uma reserva estadual, mas vimos apenas dois lobos marinhos jogados na areia e uns seis nadando na água.

Passamos por Monterey, cidade famosa por seus restaurantes de comidas do mar...

... além de um aquário muito famoso.

No caminho para San Francisco passamos por Montain View, sede do Google. Uma empresa que provavelmente você nunca ouviu falar.

É um enorme complexo de prédios com segurança própria e até uma rua chamada Google.

Nos gramados da empresa vimos os funcionários jogando uma partida de rugby, além de outros indo trabalhar com seus cachorros. Realmente o Google parece ter uma cultura de trabalho moderna e bem diferente das empresas tradicionais.

E chegamos a San Francisco, a metrópole mais bonita da América.

É lá que está a Golden Gate, a ponte mais famosa do mundo.

Tem também uma silver gate que se chama Bay Bridge. Passamos por diversas pontes pênsil, mas sem dúvida a Golden Gate é a mais lindona.

Aqui tem o animado Pier 39, um lugar com vários restaurantes, bares e lojas.

E na marina dezenas de lobos mar dormem no deck.

Fomos na Lombard Street, a rua mais sinuosa do mundo .

O astral de San Francisco é irado. É um lugar que todo mundo gosta.

A cidade é cheia de ladeiras.

Comemos em China Town num restaurante japonês delicioso.

Sentados na orla, comemos Bowl Bread, um pão com formato de panela com sopa dentro, de frente para a ilha onde está o presídio de Alcatraz...

... e do outro lado, a bela Golden Gate, que estava quebrando altas ondas embaixo.

Logo ali na frente uma praia cheia de cachorros brincando deixou o Tapa babando.

Sem dúvida, São Francisco é um lugar para ser visitado mais de uma vez.

Comidas e bebidas maneiras

Após um longo inverno que para nós durou praticamente os cinco meses que estamos nos EUA, finalmente, voltamos a curtir campings, praias, as tradicionais cervejinhas a céu aberto e nosso tão adorado churrasquinho.

Aproveitando a semana que ficamos seguidamente em alguns campings da Califórnia, nós aproveitamos para tirar o atraso, e fizemos fogo praticamente todos os dias. E foi muito bom!

Sol, camiseta, chinelos, cervejinha gelada, muito carvão queimado, e lenha também! Num dia que o nosso carvão acabou e ficamos com preguiça de sair do camping para comprá-lo resolvemos fazer churrasco com lenha mesmo. O sabor da carne fica um pouco diferente, mas nada ruim.

Saindo um pouco do churrasco de hambúrguer, nos demos o luxo de comer churrasco de salmão, pois estava numa promoçãozinha básica no supermercado. Salmão com batatas... delicioso demais!

Os americanos sempre olham pros nossos churrascos assustadíssimos e não entendem nada do que vêem ali, cebolas, batatas, coxa de galinha... é até engraçado vê-los passando curiosos para olhar a nossa farofa. Até porque o churrasco deles é na grande maioria das vezes somente de hambúrguer e, dependendo do lugar do país, de costela de porco, como já falei aqui algumas vezes. E também não varam a madrugada como os nossos... hehehe.

Das 22hs às 8hs rolam as chamadas "quiet hours" em todos os campings do estado e é extremamente proibido fazer barulho e incomodar o próximo. E aqui todos respeitam o espaço alheio, e nós não poderíamos ficar de fora e sujar a imagem do Brasil por aqui. Então, depois das 22hs passamos a nos comunicar praticamente por mímicas. O grande problema é que exatamente nessa hora, quando todos os campistas recolhiam-se em seus trailers, apareciam guaxinins atrás das sobras de comida, e é claro que o Tapa fazia escândalos absurdos por causa dos bichos. Tratávamos de colocá-lo para dentro do carro e voltávamos a curtir a nossa paz e a nossa deliciosa farofa, mudos!

Além do churrasco de salmão com batatas feito num dia, fizemos também o tradicional hamburguer...

Como tivemos problemas com a nossa estimada geladeira, tivemos que providenciar um “cooler” para gelar as nossas cervas enquanto a consertávamos. Compramos essa sacola térmica e colocamos as cervejas ali dentro... ficaram todas geladíssimas e deliciosas! E para nosso alivio, graças às engenhocas do Gu, conseguimos consertá-la!

Essas foram as cervejas que tomamos nesses dias:

- BJ King Wing Walker Amber Ale: Cerveja de cor âmbar, muito doce e com leve gosto de canela. Não fez a nossa cabeça.

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- Cerveza dos Equis XX Lager Especial: Cerveja mexicana e muito tradicional nos EUA. No camping onde estávamos praticamente em todos os sites eram consumidas esta cerveja. Leve, gostosa, e com pouca fermentação.

- Modelo Especial: Esta cerveja, definitivamente, é a melhor cerveja que já bebemos em toda a viagem! É de fabricação mexicana, refrescante e lembra a deliciosa Corona! Mas é ainda mais gostosa! Perfeita para todas as ocasiões, sempre!!

- La Cerveza Del Pacifico – Clara: Outra cerveja de fabricação mexicana e muito gostosa. É bem mais leve que todas estas que experimentamos da mesma nacionalidade, combinou super bem com o salmão que comemos.

- Beck´s Germany: Cerveja de fabricação alemã... não poderia ser ruim. Não lembra nem um pouco as tradicionais e pesadas cervejas alemãs, e é muito saborosa.

Na charmosa cidade de Carmel paramos para fazer uma boquinha num café super aconchegante chamado “Café Carmel”. Quem for ali não pode deixar de comer esses dois sandubas que experimentamos e que vimos serem pedidos por muitos clientes. O primeiro chama-se Chicken Pesto. Para quem conhece a deliciosa culinária italiana, pesto é um molho de manjericão com nozes feito para comer com massas... este sanduba foi feito com pão ciabatta molhado com ervas, peito de frango, molho pesto, salface, tomate, cebola rocha e especiarias. Estava D-I-V-I-N-O!

O outro sanduba é de Panini e você pode montá-lo. Nós pedimos com rosbife, queijo e salada... delicioso também!

Pra fechar o dia tomamos um sorvete super especial chamado Rocky Road: chocolate com pedaços de marshmallow e amêndoas! Hummmmmmmmmmm

Quem viu o filme Forrest Gump, com o Tom Hanks, deve lembrar que ele dizia que seu sobrenome era Gump por causa do famoso restaurante Bubba Gump que tem em diversos lugares nos EUA, principalmente nas cidades próximas ao mar, e é especializado em servir camarões e outros frutos do mar.

 

Este de Monterey, onde fomos, foi o primeiro a ser aberto no país em 1996.

Plaquinhas com a famosa frase: Run, Forrest, Run! Estão espalhadas por todo o restaurante...

O restaurante tem sua decoração super bacana e com diversos objetos, fotos e placas citando o filme e o pratos não são tão caros e bem servidos.

No cardápio de bebidas eles fazem homenagem ao Leblon, chamando uma capirinha com seu nome. Veja a foto.

Bebemos uma “draft beer” neste dia e ficamos com o copo pra gente.

Assim como todas as outras bebidas servidas na casa, você pode ficar com o copo que bebeu pagando uma pequena quantia.

Para comer pedimos Steamed Crab Legs composto por caranguejo ao molho de alho e ervas, arroz com jasmim e pão com ervas. Delicioso!

O outro prato, para fazer as honras da fama do restaurante, pedimos um prato só com camarões que veio com quatro tipos diferentes: camarão ao coco, camarão empanado, camarão com ervas e camarão no bafo!!! Muito, muito bom!!!

Foto no Bubba...

São Francisco, cidade que lembra muito o Rio de Janeiro, comemos o tradicional Bowl Bread. É um pão em formato de bola, aberto na tampa, com uma gostosíssima sopa de legumes! Quem for ali não pode deixar de prová-lo! É muito gostoso e custa menos de US$ 6,00.

Fomos à China Town e comemos num restaurante japonês.

Por indicação de uma pessoa que estava sentada ao nosso lado bebemos a deliciosa cerveja japonesa Sapporo. Excelente cerveja!

Ali você tem a opção de sentar à mesa, ou sentar em volta do bar, onde passam uns barquinhos boiando na água com as comidas. Muito parecido com os restaurantes japoneses no Rio e em São Paulo que colocam as comidas em mini esteiras. Cada pratinho tem seu preço e você pega qual quiser. Os preços variam de US$ 2,00 a US$ 4,90.

Sushi com ovas...

Salmão skin...

E docinhos especiais... maravilha pura!

Bom apetite e até a próxima semana!

 

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