E partimos para Napa Valley.

Terra das principais vinícolas da América do Norte.

Fomos direto na principal e mais famosa: Robert Mondavi.

Lá vimos todo o processo de plantio...

... fermentação e ...

armazenamento.

Saímos de lá doidos para tomar uns vinhos, claro.

 

Quem tem grana sobrando, pode experimentar diversos vinhos em diversas casas especializadas nessa região. Eu como sou um grande "sommelier” só conheço 2 tipos de vinho: o vermelho e o branco, não faz muita diferença. Cerveja também, só tem dois tipos: a boa e a ruim. A ruim eu ainda não conheço... hehehe

Passamos em um supermercado, compramos os mais baratinhos e fomos para o quarto do nosso hotel experimentá-los, mais alguns queijos suíços. Da janela do nosso quarto dava para ver o Farofamóvel, todo lindão, embaixo de um arco íris.

No caminho para Yosemite, passamos por geradores eólicos gigantescos. Eram dezenas, talvez centenas. Eles estavam no pasto de uma fazenda, e vê-los funcionando é um espetáculo.

Eles são enooooormes. Estes pontinhos na grama são vaquinhas.

E partimos para Yosemite, o parque nacional mais bonito dos Estados Unidos.

Lá estão as sequóias gigantes, árvores com 4.000 (isto mesmo, quatro mil) anos e até 115 metros de altura.

Lagos espelhados, como o Mirror Lake, espelhando o Half Dome, ao fundo.

Rios cristalinos que passam a sensação de tranqüilidade e paz para a alma.

Acampamos no meio das sequóias. O acampamento mais lindo da viagem, até agora.

Nossa barraca mega-master-monster-farofa-camp nos protegeu das chuvas de granizo...

... e foi um excelente abrigo nas noites frias de Yosemite.

Nosso acampamento era no site que ficava mais próximo ao bosque, de onde vinham os ursos procurar comida no acampamento. Coisa que acontece todas as madrugadas.

Os lixos são à prova de urso e a comida que a gente leva não pode ficar dentro do carro. A Ana explica isso lá embaixo.

Dava 10 horas da noite, todo mundo se recolhia em seus motor-homes e o camping ficava sem uma alma viva.

E na última das 3 noites que passamos lá, o carro começou a levar bruscas porradas no capô.

Boom, boom, boom!

A Ana desesperada já avisa:

-Ouviu? Ouviu? Ai meu Deus! É um urso tentando entrar no carro!

-Calma!

Boom! Boom! Boom!

E o teto começa a tremer.

Eram porradas altíssimas e super fortes.

-Acho que o urso está no teto!!!

-Calma Ana, calma!

E a Ana começa a gritar desesperadamente:

-Heeeeeeeeeeellllppppp meeeeee!

Na sequência manda em português mesmo:

-Socooooooooooooooooooooorrroooooooo!!!

Ela pegou uma panela e começou a bater, pois essa é a instrução dos guardas do parque.

-Porra Ana, segura a onda, acho que não é urso não.

E boom, bomm, boom!

Parecia que tinha alguém fora do carro dando umas pauladas no carro.

Do lado de fora, breu absoluto, não dava para enxergar nada.

-Nem abre a janela! Pelo amor de Deus!

E ela tremia toda.

-Cara, calma! Acho que é neve caindo do alto das sequóias. Se fosse urso o carro ia balançar. E o Tapa nem está rosnando. Não pode ser urso.

E a noite toda foi regida pelos eternos boons do lado de fora do carro, os diversos  “ai meu Deus” da Ana, além dos tradicionais peidos do Tapa. Noite extremamente desagradável e barulhenta.

Acordamos no dia seguinte e estava tudo branco. Parecia que a gente tinha acordado em outro lugar.

A nossa barraca foi completamente destruída.

O bombardeio era de blocos de neve do tamanho  de melancias que caiam das sequóias saturadas pela nevasca. A barraca, coitada, foi moída. Acampar em uma barraca ali, nessa época, é suicídio.

Logo que tentei sair do carro, o Tapa que agora ama neve, escapou e se embrenhou no bosque dos ursos. E lá fui eu, com neve até o joelho, com um tênis de verão, correndo atrás do sacana.

Depois de 20 minutos de perseguição insana o sacana foi capturado.

Nevou tanto que deu para fazer bonecos de neve.

Com neve o parque fica ainda mais incrível.

Não vimos ursos, pois os guardas fazem patrulhas para deixá-los o mais longe possível.

Mas vimos raposas...

... esquilos..

...passarinhos azuis com cabelo moicano punk rock...

... e veadinhos.

Quem ama viajar e gosta de natureza, precisa conhecer Yosemite.

Os visuais do parque falam por si só.

Ali está El Capitan. Um monólito de granito puro com quase 1 kilometro de altura. Ali é o Hawaii dos alpinitas. A Waimea dos escaladores.

A visual lembra o filme “O Senhor dos Anéis”.

Pode anotar aí no seu livrinho de desejos:  # Visitar Yosemite #

Eu garanto, você não vai se arrepender.

Comidas e bebidas maneiras

Fomos conhecer Napa Valley, um lugar que há muito tempo já tinha vontade de conhecer por causa dos seus vinhos. Napa Valley é um conjunto de cinco cidades que integram a principal região vinícola do país, são elas: American Canyon, Calistoga, Santa Helena, City of Napa e Yountville. Essa belíssima região fica a cerca de uma hora de São Francisco e não pode ficar de fora para quem for conhecer a região e curte um bom vinho.

Como não tivemos muito tempo para desbravar as vinícolas da região, e nem o bolso nos permitiu (cada tour custa US$ 25,00/pessoa), fomos conhecer a principal vinícola de Napa, a Robert Mondavi Winery. Fantástica! E para nosso deleite, no dia havia a bandeira do Brasil hasteada juntamente com a dos EUA e da Califórnia. Obviamente, estavam homenageando a gente! Hehehe

Infelizmente, nesta época em que visitamos a região as uvas ainda não são visíveis, mas deu pra entrar no clima mesmo assim.

Falando um pouco sobre a história do vinho na terra do Tio Sam, Robert Mondavi, falecido em 2008, é a figura mais importante do assunto no norte do país. Sua vinícola é pioneira do vinho californiano de alta qualidade e seus vinhos são exportados para todo mundo, competindo com importantes vinícolas européias. 

Ali são produzidos vinhos de todos os tipos: Sauvignon Blanc,

Cabernet Sauvignon, Malbec, Pinot Noir, Merlot, e muitos outros...

O tour em sua vinícola é muito bacana e extremamente educativo. Conta um pouco da sua história e também como ele ajudou a fazer desta região uma das mais importantes produtoras de vinho do mundo, além do passeio por todos os setores de produção de vinho. Desde o cultivo da uva até a fase de engarrafamento. Ao final, como em qualquer vinícola, há a degustação de vinhos. Nossa guia, uma senhora loucamente apaixonada por seu trabalho e por vinhos, apresentou os mesmos como se fosse cada um deles. Nós rimos um bocado!

Provamos os seguintes vinhos:

- 2008 Napa Valley Fume Blanc: Esse estilo de vinho Fume Blanc, foi criado pelo Mondevi, que é uma espécie de Sauvignon Blanc envelhecidoem madeira. Delicioso!

- 2008 Napa Valley Pinot Noir Reserve: Vinho muito fresco com notas de framboesa, cereja, pimenta e hortelã. Ideal para acompanhar salmão grelhado e aves. Segundo a nossa guia, Pinot Noir é a “Diva”.

- 2006 Oakville District Cabernet Sauvignon: Esse é o “Rei”, e claro que não poderia faltar. Excelente vinho, como um bom cabernet, com gosto intenso e saboroso. Com aroma de cereja, framboesa, com um toque de mocha e café de carvalho envelhecido. Imperdível!

Uma dica para quem for conhecer as vinícolas da região é para não cair na tentação e comprar diversos vinhos na própria vinícola, pois nos supermercados da região, por incrível que pareça, os preços são muito mais acessíveis. Na região, é possível encontrar bons vinhos variando de US$ 6,00 a US$ 18,00, enquanto nas vinícolas o mais barato não sair por menos de US$ 20,00.

Ao final do tour, a guia perguntou para cada um dos participantes qual a nacionalidade de cada um. Quando dissemos que somos brasileiros, ela nos falou que a bandeira do Brasil estava içada, pois visitantes ilustres do Brasil estavam ali naquele dia!

É claro que ao sairmos dali, totalmente envolvidos pelo charme dos vinhos, não resistimos e passamos no supermercado e abastecemos nossa adega (?) e fizemos uma típica noite queijos e vinhos. Inesquecível!

Partimos para o Yosemite National Park! Muita natureza, beleza selvagem, noites estreladas regadas a vinho e fogueira, tempestade de neve, enfim, três dias e três noites inesquecíveis!

Nós estamos no Bear Country e no estado dos EUA onde mais existem ursos no país. Na Califórnia é comum ver ursos andando por aí, coisa normal.  E claro que no Yosemite não poderia ser diferente. Ao chegarmos lá fomos orientados pelos guias do parque a não deixar nada, absolutamente nenhuma comida dentro do carro, mesmo que fosse em geladeiras ou armários. Quem viola a lei pode ter que pagar multa de US$ 5.000,00.

Isto porque os ursos têm seus olfatos muitíssimos apurados e invadem qualquer lugar que tenha comida, e isso pode ser à noite ou de dia. Para isso, foram projetados armários à prova de ursos, os quais ali devem ser armazenados todos os tipos de bebidas e comidas e levadas pro parque inclusive garrafa de água.

Essa proteção toda é porque os ursos quando ingerem comidas de nós seres humanos eles tornam-se animais extremamente perigosos e agressivos, e o que resta para os guardas florestais é matá-los para impedir que as pessoas sejam atacadas. Pelo que vimos, todos obedecem rigorosamente à lei e guardam toda a sua comida nos armários. Além das áreas de campings, estes armários estão espalhados por todas as áreas de lazer do parque.

Mas já aconteceram diversos casos de pessoas que não obedeceram e tiveram seus carros arrombados e invadidos por eles, de dia e de noite, além de pagar a “leve” multa.

No dia em que achamos que o carro estava sendo invadido por ursos na alta madrugada, o Gustavo havia esquecido chiclete na parte da frente do carro, e eu havia deixado água e um pedaço de chocolate dentro do armário da nossa cozinha. Por isso entrei em pânico e tive quase certeza que seríamos devorados pelos ursos naquela noite. Foi literalmente cena de filme de terror! Rs

Nos fins de noite fizemos marshmallows na fogueira, iguaria tipicamente americana e deliciosa! Perfeita pras noites frias...

Para finalizar, aí vão os vinhos que experimentamos esses dias, todos californianos:

- Napa Creek Merlot, Napa Valley 2006: Compramos em homenagem a Napa Valley! Tipico Merlot, com preço acessível. Aprovadíssimo!

- Beringer Founder´s Merlot 2007: Outro vinho delicioso que tivemos a sorte de experimentar! Essa marca é super famosa e conceituada no país. Tão bom quanto o Napa Creek.

- Fat Cat Pinot Noir 2008: Esse Pinot Noir nos surpreendeu muito e lembrou o sabor do que provamos na vinícola. A garrafa custou menos de US$ 7,00. Vinho gostoso e barato!

- Happy Camper Merlot 2008: Esse é o típico vinho para campista, não precisa de abridor. De todos foi o mais fraco que bebemos. Um pouco aguado e quase sem aroma. Não é dos piores, mas para quem procura sabor apurado, definitivamente, esse não é o vinho.

- Castle Rock Cuveé Pinot Noir 2008: Outro Pinot Noir, com gosto e aroma marcantes. Gostamos muito!

- Wawona Hotel Cabernet Sauvignon 2005: Esse vinho é em homenagem ao famoso hotel Wawona que fica dentro do Yosemite. Saboroso como um cabernet que se preze, um dos nossos favoritos.

- Robert Mondavi, Private Selection Merlot 2007: Com certeza o melhor vinho que experimentamos. Forte sabor, aroma delicado, delicia de vinho. Se achar no Brasil, pode beber sem medo!

Acompanhe seu vinho de preferência com um bom aperitivo e aproveite!

Até!

 

 

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