La Paz é capital da Bolívia. Estima-se que tenha 1,2 milhões de habitantes É uma cidade com uma geografia bastante acidentada. O centro fica a 3630 metros acima do nível do mar e a periferia se estende as alturas de 4010m, onde fica o aeroporto ou a cidade El Alto com 4090m. Esta é considerada uma das mais alta do mundo.

A cidade de La Paz foi fundada em 20 de outubro de 1548 por Don Alonzo de Mendonza que foi enviado pelo rei da Espanha especialmente para acabar com a disputa ferrenha entre os espanhóis Francisco Pizarro e Diego de Almagro.

Segundo Renan Ibañez a cidade foi inicialmente fundada em um outro local a alguns quilômetros por Don Alonzo. Um chefe da igreja cristã o convenceu a estabelecer a sede no vale, onde atualmente se encontra o centro de La Paz.O chefe religioso apresentou três fortes razões para tal mudança, dentre elas o clima e a existência de um rio onde se encontrava ouro com facilidade. Assim, Don Alonzo convecido, refundou La Paz (Nuestra Señora de La Paz), 3 dias depois no atual local. 

A Av. 16 de Julio é a principal via urbana de La Paz, cruzando todo o centro de norte a sul e mudando de nome várias vezes. Próxima à Plaza dei Estudiante, por exemplo, a avenida é conhecida como El Prado - que é uma espécie de apelido que algumas grandes avenidas na Bolívia recebem -, contando com bons hotéis, restaurantes e cinemas. Mais ao sul, o nome toma-se Villazón e também Anicelo Arce e 6 de Agosto, conforme vai avançando bairro adentro - uma área residencial mais nobre que nem parece La Paz.

A Plaza Murillo, localizada três quadras a oeste da Av. 16 de Julio pela rua Socabaya, é a praça mais importante da cidade, onde ficam o Palácio Legislativo e a Catedral. 0 calçadão da Calie do Comercio começa nesta praça e, como o próprio nome diz, é o local que concentra o maior número de lojas e vendedores ambulantes, com um intenso fluxo de pedestres ao longo do dia.

Devido às suas limitações naturais, La Paz é um centro urbano pequeno e compacto, no qual distinguem-se três setores: os quarteirões indígenas nos lugares mais altos, as zonas residenciais das classes mais favorecidas nas partes mais baixas, e, entre as duas, as áreas comercial e administrativa.

0 trânsito, principalmente nas primeiras horas da manhã e nos finais de tarde, é bastante caótico, deixando no chinelo o rush de São Paulo. Muitos cruzamentos simplesmente não têm sinalização e a preferencial, de certa forma, é de quem chegar primeiro. Por isto, também, os sons das buzinas ecoam por todas as ruas. Buzinar em La Paz é tão comum quanto parar ou mudar de marcha.

0 principal transporte público são as vans ou kombis que circulam por toda a cidade. 0 percurso que cada uma delas realiza é gritado pela janela, normalmente por um garoto que também faz o trabalho de cobrador. Nem tente compreender o que os caras dizem, já que o itinerário é berrado de forma mais do que rápida. Não existem pontos fixos, apenas sinalize para que o veículo pare. 0 valor da passagem é Bs.1,50.

Existem também ônibus e microônibus. Normalmente esses veículos são velhos e estão sempre lotados de passageiros e de cargas, e as tarifas variam, mas são irrisórias. A melhor opção é, sem dúvida, o táxi, que não tem taxímetro e o custo da corrida deve ser acertado com o motorista antes de entrar no carro, conforme a distância que será percorrida. Sempre negocie o primeiro valor proposto, mesmo que já pareça barato.

Desbravar La Paz a pé é igualmente uma boa idéia. Além de ser uma das melhores maneiras de interagir com o cotidiano da cidade, é o ideal para aclimatar o seu organismo aos efeitos da altitude. No começo perturba, sente-se tonturas, mas entre 1 ou 3 dias você vai se acostumando.

La Paz é agitada, repleta de praças, igrejas e museus que resgatam a herança deixada pelos colonizadores após o descobrimento da América. Uma caminhada legal abrange o triângulo formado pelas Plazas Murillo, San Francisco e dei Estudiante. Nesta área, encontram-se os principais museus, como o belo Museo Nacional de Arte ou, subindo um pouco a C. de Ias Brujas, o criativo Museo de Ia Coca. Apesar da confusão da capital, procure relaxar assistindo ao movimento dos nativos por entre as ruas e praças, ou perca-se em um dos mercados de artesanato.

À noite, aproveite para conhecer um dos restaurantes da cidade, assistir a um filme na cinemateca de La Paz ou conferir a programação do Teatro Municipal. Mas poupe tempo, dinheiro e principalmente fôlego - para não perder as fantásticas paisagens dos arredores.

Em um dia claro de inverno, vale ultrapassar os 5 mil metros de altitude na estação de esqui de Chacaltaya, de onde se tem vistas incríveis de todo o altiplano e de La Paz no fundo do vale. Mais abaixo, a ruína de Tiahuanaco, com detalhes de uma das culturas mais prósperas do planeta e que perdurou por mais de 3 mil anos antes da expansão do Império Inca. Como se não fosse o suficiente, o fantástico Lago Titicaca e a simpática cidade de Copacabana estão a poucas horas da capital boliviana e merecem uma visita.

Centro - Onde poderá conhecer o comercio local, as tradições e costumes do povo boliviano. Poderá se comprar artesanatos, lembranças e roupas de lã a preços bastante acessíveis. Não se esqueça de pechinchar.

Igreja São Francisco - Concluída em 1548 com a utilização das pedras de Tiwanaku.

Mirante - Onde se tem uma visão completa da cidade e seus contrastes. Consegue-se tirar boas fotos.

Vale da Lua - São formações rochosas com um belo visual que lembra a paisagem lunar.É uma pequena e curiosa região desértica, com vegetação de Cactus, onde a erosão esculpiu uma p~m presumidamente semelhante à da lua. Localiza-se 10 Km ao sul de Lã Paz e se você for dirigindo, atenção que a estrada ,é péssima, com cânions próximos com mais de 10m de profundidade. 0 mesmo tour para Chacaltaya passa pelo Valle de la Luna.

Montanhas geladas - Contrate um passeio até La Cumbre que fica a 26 km de La Paz. O passeio leva em torno de 2 horas e poderá ser feito após o retorno de Tiawanaku. Custa US$ 20,00 para 2 pessoas com direito a guia. Poderá ser conseguir belas fotos das montanhas geladas, brincar com o gelo e também das llamas e alpacas que vivem nas alturas.

Chacaltaya - É a pista de esqui mais alta do mundo (5395m). O acesso só é possível após 5 dias de tempo bom. A montanha de Chacaltaya, com 5.395m de altitude, está localizada na Cordilheira Real, que faz parte da Cordilheira dos Andes. De carro, dá para chegar aos 5.265m, onde se encontra a base da estação de esqui ali existente - e a mais alta do mundo. Até o cume, são mais 130 longos metros de caminhada pelo gelo. Em um dia claro, as vistas de cima da montanha são de tirar o fôlego - o pouco que resta quando se alcança este ar tão rarefeito. Enxerga-se Lã Paz, o altiplano, outras montanhas e várias lagoas de água cristalina formadas pelo degelo. Se você chegou em Lã Paz há pouco tempo, proveniente de algum lugar a poucos metros do nível do mar, deve esperar alguns dias para deixar o organismo se climatar antes de pensar em subir até Chacaltaya. Existe, afinal, um sério risco de edema cerebral devido à mudança brusca de altitude. Estar a mais de 5 mil metros, e chegando de uma hora para outra, realmente não é algo comum, e poucos lugares no mundo oferecem uma facilidade de acesso tão grande a essa altura; deve-se, portanto, ter cautela.  A maioria dos passeios sai de Lã Paz pela manhã e ainda inclui uma visita ao Vale de Ia Luna. 0 custo médio de um tour, incluindo transporte e guia, é de LIS$15 por pessoa. No alto de Chacaltaya existe um abrigo administrado pelo Club Andino Boliviano, que inclusive mantém um serviço de transporte três vezes por semana. A temporada de esqui estende-se de janeiro a março. Em épocas de nevascas, especialmente de março a maio, as estradas podem ficar bloqueadas pela neve, impossibilitando a subida. Para ir por conta pode-se pegar um táxi, mas não vai custar mais barato se você estiver sozinho.

Tiwanaku - As impressionantes ruínas do povo que antecedeu em muito os incas. R Localizadas próximas à margem sul do Lago Titicaca, estão abertas diariamente das gh-1 7h, entrada LIS$2,35, com o ingresso valendo também para a visitação do museu próximo das ruínas. A cultura Tiahuanaco ocupou o altiplano andino por mais de 3 mil anos. Suas construções são o maior exemplo arquitetônico da América do Sul préincaica. Tiainuanaco era uma cidade que tinha um grande centro cerimonial religioso, cuja construção estima-se ser de 700 d.C, enquanto sua população chegava a 20 mil habitantes. Sua história é dividida em cinco épocas: Aldeano 1 e li, quando ainda organizavam-se em tribos e dominavam técnicas rudimentares de produção de cerâmica; Urbano Clássico 111 e IV, período em que começaram a estabelecer comunidades e construir cidades; e Expansivo V, quando sua cultura fundiu se com a cultura inca. Arqueólogos acreditam que esta civilização tenha surgido em tomo do ano 600 a.C, o desaparecido por volta de 1.200 d.C, por causas ainda desconhecidas. As ruínas da cidade de Tiainuanaco, centro do império de mesmo nome, ainda estão parcialmente cobertas por terra e provavelmente continuarão assim para evitar que o clima as destrua. Uma caminhada pelo local e uma visita ao museu, ao lado das ruínas, ajudam a compreender o quão avançada foi essa cultura que, além da arquitetura, dominava a agricultura e técnicas de medicina e mumificação. Visita indispensável

Ilha do Sol - A terra onde nasceu o primeiro líder inca Manco Capac. Uma das melhores opções é o tour de dois dias e uma noite, tempo suficiente para conhecer a pequena cidade de Copacabana, às margens do lago, e visitar as Islas dei Sol e de la Luna. 0 pacote inclui transporte, guia, hospedagem e o passeio às ilhas A Transturin também organiza passeios de um dia, um pouco mais caros, mas muito bons, incluindo buffet de almoço no barco. É possível seguir viagem ao Peru sem necessidade de retomar a Lã Paz. Veja maiores informações no capítulo de Copacabana

Lago Titicaca e Copacabana - é um dos pontos altos da Bolívia 0 não apenas literalmente falando. Situado R 3.820m, é o lago navegável de maior ~e do mundo, e o segundo maior da América do Sul, com 9 mil KM2 de superfície, perdendo apenas para o Maracaibo, na Venezuela. Em um dia de 10, é possível avistar os picos da Cordilheira dos Andes no horizonte, enquanto a embarcação leva V~ a ilhas com séculos de história e comunidades intocadas. 0 ideal é explorar por alguns dias a região do lago, seja do lado boliviano (que talvez seja mais belo) ou do peruano. Porém, se o seu tempo é limitado, existem diversos passeios partindo de Lã Paz.

Coroico -  Pedalar até a cidade de Coroico, distante de 3 a 4 horas de Lã Paz, é uma das maiores aventuras da região. Para tanto, procure, na capital, as agências que trabalham com esse tipo de serviço. 0 passeio, só ladeira abaixo, apesar de ser um dos mais celebrados entre os mochileiros do mundo todo na Bolívia, oferece riscos. Antes de encarar a empreitada, conheça com antecedência a bicicleta a ser usada, e não aceite uma em estado inferior a ótimo. Se no momento da partida você estiver descontente com alguma coisa em relação ao serviço prestado, não hesite em cancelar, antes que a empresa possa alegar que já ultrapassou o prazo para a devolução do dinheiro. 0 preço por este tour varia entre LIS$35 e LIS$70.


Trilha de Takesi Conhecida, ainda que não por muitos, como o Trajeto Inca, a trilha de Takesi é um caminho que antigamente era percorrido pelos índios aimara e que depois foi usado pelos incas e também pelos espanhóis. Hoje em dia, a estrada é uma das principais vias de ligação entre o altiplano e a região dos Yungas, e possui resquícios da engenharia pré-incaica que a construiu, atravessando paisagens de montanhas e florestas. Com cerca de 40 Kriri de extensão, o percurso dura três dias e duas noites, incluindo o transporte de La Paz até o início da trilha, no povoado de Ventilia - de onde segue-se até Coroico - e depois a volta, do povoado de Chata até La Paz. Há microônibus que partem em diversos horários a partircia Plaza Beizu, em La Paz, para Ventilia. Também é possível ir primeiro até Palca e de lá tomar um ônibus para Ventilia. 0 preço desses transportes gira em torno de US$1, sendo o maior número de saídas pela manhã.

Os mercados de artesanato são a marca registrada do comércio de La Paz. Existem alguns pontos onde a concentração é maior, como nos arredores da Plaza SanFrancisco, principalmente nas calies Sagárnaga e Linares. Mas pode-se encontrar de tudo caminhando pelo centro, até um pequeno shopping center na C. Socabaya. 0 calçadão da C. Comercio, que inicia na Plaza Murillo, é inteiramente povoado por vendedores ambulantes, além de lojas de CDs, livrarias, restaurantes e cinemas.

Mercado de las Brujas Tradicional mercado de artesanato, o mais popular de La Paz, a duas ruas atrás da Igreja de San Francisco. Cresceu bastante na última década com a chegada de retirantes indígenas vindos de minas do interior da Bolívia. Neste lugar é possível encontrar todos os modelos de chompas (blusões) que são vendidos no país e diversos tipos de malhas entre outros artigos, a preços bem atrativos. Há ainda mercadorias menos convencionais, como fetos de lhama ressecados e outros produtos místicos, que acabaram dando ao local a reputação e o nome que tem.

Plaza Murillo Em frente ao Palácio Legislativo e à Catedral, talvez o ponto mais importante de La Paz, herdou o nome do revolucionário boliviano Don Pedro Domingo Murillo, que foi morto no local pelos espanhóis, em 1810. Diariamente, a praça é invadida por uma revoada de pombos que são alimentados por nativos e turistas. No centro, fica a estátua do ex-presidente boliviano Gualberto Villarroel, que também morreu no lugar, em 1946, enforcado por revolucionários. Vale a pena sentar-se por ali e ficar na boa, de bobeira, curtindo o movimento.

Palacio Legislativo Na Plaza Murillo, este prédio com belas fachadas é a sede do Parlamento boliviano. As visitas ao interior do Palácio são permitidas, e por vezes pode-se até assistir a uma sessão de votação entre os parlamentares - o que é feito sempre junto com um guia. A visitação rola durante a semana em horários variados. Informe-se na recepção do Palácio.

Catedral Também na Plaza Murillo, foi construída em 1835 em estilo barroco, com uma cúpula bastante grande, contrastando com um altar mais simples. Ao lado, ainda na praça, fica o Palácio Presidencial, conhecido como Palacio Quemado.
Museo de Arte Contemporaneo Av. 16 de Julio 1698;Inaugurado em julho de 2000, o prédio tem três pisos: no primeiro funciona uma galeria, cujas obras podem ser compradas. No segundo, encontra-se a coleção permanente do museu, com peças de artistas bolivianos. No terceiro, réplicas de grandes obras de pintores como Monet e Picasso. 0 museu funciona num pequeno palacete que, apesar de não estar muito bem conservado, por sua beleza já vale a visita. 0 curador do museu é o Dr. German Plaza, feliz proprietário da coleção.

Museo Nacional de Arqueologia Na esquina das C. Tiahuanaco e Federico Zuazo; É também conhecido como Museo Arqueológico de Tiahuanaco. Foi inaugurado em 1846 e possui uma das coleções arqueológicas mais ricas da Bolívia. Tem artefatos e resquícios dos tesouros da civilização Tiahuanaco que sobraram da pilhagem feita pelos espanhóis. Um dos pontos altos é a sua coleção de crânios deformados de tribos pré-incaicas, além de múmias em bom estado de conservação. Uma boa idéia é solicitar o serviço de um guia, por uma pequena taxa à parte, o que enriquece a visita.

Museo Nacional de Etnografía e Folklore Faz um apanhado de várias etnias que formaram o que é hoje o povo boliviano, em especial as obscuras tribos indígenas chipaya e ayoreo. É pequeno e possui painéis que, de tão longos, acabam não interessando para a leitura. Há ainda uma exposição permanente de cédulas e moedas - mas nada disso desperta maiores emoções. 0 destaque deste museu é a sua videoteca, com um acervo de filmes e documentários sobre a história, cultura e geografia do país. 0 espaço disponibiliza 8 aparelhos de televisão e vídeo, nos quais se pode assistir, em duplas e com fones de ouvido individuais, ao título escolhido no catálogo à disposição, sem a cobrança de taxa. ótimo para quem está a fim de entrar um Pouco mais na cultura boliviana.

Museo Nacional dei Arte Esquina das C. Comercio e Socabaya, próximo à Plaza Murillo Encontra-se no Palácio de Los Condes de Arana, Construído em 1775 em estilo barroco mestiço. Nas salas é possível ver algumas peças do período colonial, pintura e escultura contemporânea, além de obras de pintores brasileiros como Portinari e Di Cavalcanti. Vale conhecer.

Museo de Ia Historia Natural Localizado no campus universitario na Calie 16, bairro Cota Cota, zona sul de La Paz. Para ir, pegue o microônibus Cota Cota na Plaza San Francisco. Concentra exposições de materiais geológicos, paleontológicos e botânicos da Bolívia. Perto do museu, subindo o morro onde está situado, encontra-se um jardim botânico com uma coleção de plantas nativas do país.

Museo de Ia Coce C. de las Brujas, Linares 906;  Fundado em 1997 por um psiquiatra e sua esposa antropóloga, é bastante compacto, mas bem organizado e informativo. Faz uma análise de todas as propriedades nutritivas, químicas e místicas da folha de coca, bastante consumida por povos do altiplano há milhares de anos. Tem um pequeno espaço com informações referentes à produção e ao consumo da cocaína e também uma breve história do surgimento da Coca-Cola. Algo a ver? Visite!

Calie Jaén Esta rua, localizada a noroeste do centro, entre as calles Ingavi, Alianza, Pichincha e Armentia, é um pequeno calçadão onde fica boa parte das construções da época colonial de La Paz. Além dos prédios antigos, existem diversos museus no local, como os que seguem abaixo. De qualquer forma, Conhecendo ou não os museus, vale uma volta por esta ruela.