"Este é o Fitz Roy"

Montanhistas de todo mundo vêm disputar  a cordilheira que domina a região, tentando alcançar o prêmio máximo: ganhar o pico do cerro Fitz Roy, cerca de 3400 metros, tão íngreme que neve não consegue por lá se equilibrar. . 0 vilarejo, que fica a 230 quilômetros de El Calafate, é pequenininho e básico, mas tem muitas cartas na manga. Organizar as caminhadas apenas parte dos seus trunfos. Nessas caminhadas, agasalhos e botas impermeáveis são de primeira necessidade, e não artigos de luxo. Outra característica do clima é o fortíssimo vento, constante o ano inteiro. Nos trekkings pelas montanhas, muitas vezes é preciso fazer força para manter-se em pé e não ser derrubado pela ventania, que não raramente chega a 100 Km.Há trekkings curtos, de somente um dia, e suaves passeios por lagos, geleiras, vales e bosques. Acorde cedo: ocasionalmente, por alguns segundos, assim que raia o sol, as montanhas ganham um tom vermelho vivo - o amanecer de fuego



FITZ ROY -  As combinações de caminhos são inúmeras: nunca ande sem mapa e v~ com um guia: o clima é instável, animais selvagens podem aparecer, você pode se perder. Para um dia de passeio, vá até a Laguna Torre, onde há um mirador com vista do Cerro Torre (seis horas). Mais exigente é a trilha para a Laguna de los Três, vistas desta vez do Fitz Roy (oito horas). Mas os que vestem a camisa partem para longos treckkings. - Três dias na Fitz Roy Expediciones  custam de US$ 287  (grupos de 11 a 16 membros) a US$ 542 (grupo de até três).

LAGOS - No Lago del Desierto (37 quilômetros da cidade), entre florestas, passeie de barco e caminhe ao mirante. Já no Lago Viedma, os barcos passam pela Geleira Viedma (US$ 65, com escalada no gelo). - Tours com a Chaltén Travel, Av. San Martín.

"Ele fica vermelho de manhã cedinho."

El Chaltén é um pequeno povoado de 300 habitantes, fundado em 1985,  ao norte do Parque Nacional Los Glaciares e aos pés do imponente Cerro Fitz Roy. Grande parte dos viajantes que ali se destina está atrás de trekkings ou escaladas - não à toa que a cidadezinha se autodenomina "capital nacional do trekking. Mas não é só para aventureiros: existem lagos, geleiras, vales, rios, montanhas, bosques e cachoeiras, ainda que para muitos destes locais o acesso seja somente caminhando, mesmo, mas de caro ou bicicleta também rola. A vida em El Chaltén é inteiramente voltada ao turismo - é isso que o lugar respira. Na alta temporada, durante o verão, a cidadezinha lota -. Já fora de estação, com um frio de rachar, parece uma cidade fantasma.

"A Geleira Viedma é imperdível!"


As informações turísticas Informações e mapas podem ser obtidos na Intendência dei Parque Nacional Los Glaciares, que tem escritórios tanto em El Calafate como em El Chalten, bem na entrada da cidade, um pouco antes da ponte sobre o Rio Fitz Roy, à esquerda de quem chega, fone 493.004.

Agências de viagem A Fitz Roy Expediciones, fone 493.017 ou 491.364, pertencente ao experiente guia Alberto dei Castillo, organiza excursões diversas pela região.

Serviços El Chalten é um povoado minúsculo e embora tenha uma grande oferta de hospedagens e restaurantes, outros serviços são escassos. Acesso de internet complicado, não há bancos travel-cheques podem ser trocados nos albergues, mas com comissões bastante altas. Existe, porém, um pequeno centro médico na entrada da cidade, posto de gasolina, mercadinhos pobremente abastecidos e com preços exorbitantes e, é claro, uma igreja.

"O passeio sob a geleira é algo que não se esquece."

Não há como se perder num vilarejo de 300 habitantes. Na entrada de El Chaltén ficam algumas quadras com serviços básicos e o povoado segue pela "Avenida" San Martín, onde se situam várias hospedagens e dois ou três albergues, e que dá acesso às montanhas.

A cidade fica 220 Kim noroeste de El Calafate, a 4 horas de distância, a sendo que a maior parte do percurso não é asfaltado. E é em El Calafate de onde sai a maioria dos ônibus com destino a El Chalten. Também há bus de Río Gallegos, mas com menor freqüência. Não há terminal em El Chaltén; os passageiros descem na avenida principal, a San Martíri, ou em seus hotéis.

Algumas agências de viagem em El Calafate fazem excursões à cidade, tanto com duração de um dia - o que é muito pouco tempo, especialmente aos que querem fazer trekking - como de vários dias, com hospedagem, refeições e guias, tudo incluído no pacote. Mas esta também não é a melhor das opções. Mais barato é ir por conta própria, além de ser mais flexível e livre.

A grande maioria dos ônibus que saem de El Chalten retomam a Calafate. A empresa El Chalten Travel, mesmo dono do albergue Rancho Grande, é a única que faz o itinerário rumo ao norte, pela RN 40, até as cidades de Los Antiguos e Perito Moreno. Na alta temporada, dezembro, janeiro e fevereiro, há saídas dia sim, dia não, cedo pela manhã. Na baixa, apenas quando existe um número considerável de passageiros. Os ônibus, na verdade, partem de El Calafate, mas não é necessário voltar a esta para embarcar. No meio destas duas cidades, na Ruta 40, há um pequeno restaurante, onde os veículos param, e dali, trocando de bus, você pode seguir ao norte. Se o ônibus chegar antes de você, não se preocupe, ele lhe esperará.

"Entrada do Parque Nacional dos Glaciares."

Os trekkings mais populares ao redor de El Chalten são os que levam às bases do Cerro Torre e do Cerro Fitz Roy, onde há trilhas traçadas e não é necessário o acompanhamento de guias, embora seja sempre bom levar um mapa. Isso porque há diversas bifurcações nas trilhas, o que pode confundir um pouco. Também é aconselhável não ir sozinho. Se você tiver sorte - ou azar -, pode encontrar animais selvagens pelo caminho, como o puma, ainda que seja raro. Sempre há cartazes no início das trilhas com orientações para os viajantes, entre elas como se comportar se aparecerem animais selvagens. Eles recomendam, de modo geral, andar sempre em grupos, ou ao menos não ir sozinho e não fazer muito barulho.

Trekkings Existem dois circuitos principais. 0 primeiro sai de um atalho que se toma na avenida San Martín e passa por dentro de bosques e ao longo do Rio Fitz Roy, com duração de 3 horas (só ida) e dificuldade média - ou seja, não é muito curto, nem longo, nem a trilha é muito íngreme. 0 ponto final é a Lagoa Torre, formada pelo degelo da geleira de mesmo nome, de onde se tem uma ótima vista do Cerro Torre (3100m), se não estiver nublado ou chovendo, é claro. Próximo à lagoa fica o acampamento base D'Agosfini, utilizado por alpinistas com destino ao cume do Torre.

"Estradas sem fim não são problema."

0 segundo trekking, além de mais longo, em tomo de 4 horas, tem um grau bem maior de dificuldade, com subidas mais íngremes, principalmente na última hora do percurso. As primeiras duas horas sobem por uma área florestal até chegar à Lagoa Capri, onde há uma zona de acampamento. Continuando por mais uma hora, em terreno mais plano, chega-se ao Rio Blanco. Antes de cruzá-lo, fica o acampamento base Poincenot e, logo após cruzar o rio, o acampamento base Rio Blanco, ambos bastante utilizados por alpinistas que vão em direção aos 3.375m do Cerro Fitz Roy. A partir deste acampamento, tem início uma trilha de 1 hora, extremamente íngreme, que leva à Lagoa de los Três, a 1200m de altitude, de onde se têm excelentes vistas do Cerro Fitz Roy, sempre que o céu for amigável. Adiante deste ponto, apenas para os experientes.

Aos que não curtem caminhar, mas não querem abrir mão destes cenários, é possível fazer cavalgadas nestas montanhas, custando entre US$20 e US$30.

"Icebergs que se parecem unicórnios se desprendem da geleira."

Outra possibilidade de trekking, numa paisagem magnífica, cercada por geleiras e bosques, é o Lago del Desierto, 37 Km ao norte 3. A Chaltén Travel leva até lá por cerca de US$15 (contratar no albergue Rancho Grande). Mais perto, a cachoeira Chorilio dei Salto, a 5 Km da cidade, é acessível pela estrada para automóveis ou em uma hora de caminhada. Uma boa pedida é ir de bicicleta, aproveitando o caminho plano . Subindo o penhasco ao lado da cachoeira, por um atalho bem íngreme, tem-se uma vista espetacular do vale.

Excursão memorável é a caminhada sobre o gelo, trekking de um dia inteiro sobre as geleiras da região (ver na agência Fitz Roy Expediciones, preço médio US$50). Não é necessário ter prática, mas o tempo tem que estar bom. Já os trekkings mais longos (de 3 a 15 dias) pelo Campo de Hielo Continental, exigem uma boa experiência e equipamentos especiais. Muitos viajantes consideram, como caminhada no gelo, as geleiras de El Chaltén mais excitantes que a do Glaciar Perito Moreno. Para mais trilhas e outras opções na região, informe-se junto à sua hospedagem.

 

Dicas de GUSTAVO VIVACQUA

1.El Chaten é uma vilazinha muito pequena. É o inicio de uma cidadezinha. Apesar disso tem hotéis e bons restaurantes.

2.Acorde bem cedo e veja o Fitz Roy ficar vermelho. É lindo. Este fenômeno chama-se "amanecer de fuego" .Durante o resto do dia ele é cinza.

3.Faça um passeio de barco pelo lago Viedma até a Geleira Viedma. Lá você poderá andar sobre os glaciares. É alucinante!

4.A cidade tem um clima bastante imprevisível, sol e chuva alternam-se várias vezes ao dia. Trekking debaixo de chuva rola com certa freqüência, principalmente no outono e inverno.

5.Essa é a cidade dos trekkings e andar é o programa principal do lugar. As andadas tradicionais são as que levam às bases do Cerro Torre e do Fitz Roy.

6.Um passeio maneiro é dar alugar um cavalo e dar uma cavalgada pela região.

7.Dá para fazer camping selvagem de graça na entrada da cidade.

8.A internet é lenta de dar dó. Tenha paciência... você está no meio do nada.

9.Não deixe de visitar El Calafate que é perto. Lá tem o Perito Moreno a geleira mais bonita do planeta.

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