Saímos de Chicago e partimos para Kansas City. A idéia era visitar meu amigo Morango.

O frio estava absurdo e mesmo sem nevar, tudo congelava em volta do carro.

Nessa época do ano, algumas pessoas morrem de frio na estrada quando o carro quebra, ou quando ficam presas na neve. E o que acontece quando o carro não pode quebrar de jeito nenhum? O que? O que? O que? Uma luz acende no painel!! Claro!!!

A luz avisa que está na hora de trocar o filtro de combustível. E como estamos no único país do planeta que não tem este filtro, essa novela vai render...

Paramos num motel e na manhã seguinte o gelo em volta do carro parecia um ouriço.

Snorquel congelado...

... escada, antena, tudo com gelo pontudo!

Aqui se coloca um veneno misturado com o diesel  para o combustível não congelar. Gasolina não tem este problema. A água de limpar o para-brisa congela também, por isso o pessoal usa um líquido azul anti congelante, a água do radiador também tem que ter anti congelante. E mesmo com tudo isso o motor fica travado com o gelo toda manhã.

O único que não congela de manha é o fedorento que ignora o frio e corre pela neve com seu casaco vermelho e sua mochila azul. O pessoal aqui fica perguntando se ele é cachorro de resgate.

Resgate que nada... o sacana gosta é de ver TV no quarto do hotel ...

... ou fazer coco onde a neve é mais profunda só de sacanagem.

O inverno americano tem visuais lindos nas estradas.

E cenas curiosas como as casas inteiras que são rebocadas por caminhões.

As estradas são escorregadias e perigosas...

... e alguns ficam pelo caminho.

E chegamos em Kansas na casa do meu amigo Morango e da sua esposa Julia.

 

Conheci, finalmente, seus filhos Christian e Isabela, que para minha surpresa são bonitos! Ainda bem que não puxaram o pai.

Saímos para tomar um goró e comer um churrasco de costela delicioso. Especialidade de Kansas City. Essa a Ana explica lá embaixo.

Depois de ter pago 33 dólares para estacionar o carro na rua em Chicago, fiquei surpreso em saber que o estacionamento em Kansas é grátis. Os que são cobertos também! Cada estado tem suas regras e elas variam muito de estado para estado.

Voltando para casa o Tapa tinha que dar o show dele. O fedorento não poderia ir embora da casa do amigo sem dar uma depreciada.

- Aí Vivacqua, chega lá em cima e tira uma foto.

-Foto de que?

- Vai lá e vê.

E lá estava  um cagalhão-mirim do cachorro canalha. O sacana fez só para horrorizar..

-Porra Morango, esse desgraçado nunca faz isso, fez só de sacanagem!

-Aí dava uma boa capa de disco, né não?

E do lado da bosta estava nosso velho CD. A banda Neguinhos Nojentos, a qual fazíamos parte no longínquo ano de  1992, junto com o Felipe que aparece no relatório 26 e mais o Kleber. O Morango era o baixista, Felipe baterista, Kleber guitarrista e eu , que não sei tocar nada, gritava. Era, basicamente, música erudita voltada para o público intelectual. “Mundo Bosta”, “CDF Filho da Puta” e o hit parade “Sua Puta”, que demonstrava a nossa admiração pelo movimento feminista, faziam parte do repertório. Nos shows, nós tínhamos um boneco humano em tamanho real, fantasiado de polícia que era esquartejado pelo público e sempre terminava em chamas.

 Época engraçada de muitas risadas.

O cara teve que voltar para o Brasil e a visita foi mais breve que o desejado. Valeu Morango!! Valeu Julia!! Desculpe aí pelo cagalhão!

E fomos na 18th com a Vine. O berço do Jazz e do Blues.

Ali acontecem shows fantásticos de grandes músicos todos os dias.

O cachorro canalha tirou sua foto tradicional, e de mochila, desta vez.

Partimos para o Mount Rushmore.

Um dos principais cartões postais dos EUA.

Lá estão eternizadas as faces de: Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.

Passamos por cidades do velho oeste, abandonadas, cheias de neve nas ruas.

O Wyoming é o estado dos cowboys. Cenário obrigatório dos filmes de faroeste.

Trens gigantescos acompanharam a gente pelas estradas.

E vimos muita vida selvagem pelas estradas secundárias.

E dormimos em uma cidade incrível chamada Hullet.

É uma cidade de faroeste de verdade onde o pessoal toma cana no Sallon...

Tem motel, banco, mercearia, tudo de verdade e funcionado!!!  Cultura americana pura, maneiríssima.

Um rio congelado corta a cidade.

Tinha uma cadeia de 1880 e um bar caindo aos pedaços de tão antigo.

Acordamos e fomos ver a Devils Tower.

Você já viu o filme “Contatos Imediatos do 3º Grau”?  Filmaço.

Pois é, essa é a montanha do filme. O disco voador pousa lá em cima no final.

Isso é um vulcão que estava soterrado e a erosão deu esse formato de botão com mais de 400 metros de altura.

Para nossa sorte, começamos a encontrar campings abertos. Fazem 20 graus negativos de noite e não tem ninguém nos campings além da gente.

É frio demais do lado de fora, mas dentro do Farofamóvel é bem confortável e dá para dormir só de camiseta e bermuda. O projeto do carro, definitivamente, deu certo.

Pegamos algumas nevascas no Wyoming. Todas bem bizarras e perigosas.

Os campings do caminho são cada vez mais brancos e frios...

... mas não são suficientemente frios pro fedido sossegar o facho.

Atravessamos o Bighorn...

Uma montanha com uma floresta linda  e gelada onde o pessoal passeia de snowmobil.

O lado oeste americano é onde a natureza começa a ficar escandalosamente bonita...

... e vai ficar ainda mais bonita!

Comidas e bebidas maneiras

Sempre que possível fugimos da nossa tradicional comidinha “fast food” do dia-a-dia. E quando isso acontece tentamos comer algo diferente, ou pelo menos alguma coisa que gostamos muito.

Já mostramos em alguns diários anteriores alguns pratos de comida mexicana que comemos aqui nos EUA. A influencia desta culinária em todo o país é clara... restaurantes, lanchonete e bares temáticos não faltam. E mesmo em restaurantes com outros temas, tem alguma entradinha “mexicana” para besliscar.

Como este “nacho” super tradicional e que seguiu à risca a culinária do país da tequila, tudo muito picante, e claro, guacamole para acompanhar. Para quem não conhece, guacamole é um creme de abacate temperado para acompanhar saladas, nachos e outros pratos típicos.


Experimentamos também uma pizza “a la mexicana” que estava super apimentada e deliciosa...


Em Kansas, fomos conhecer uma casa de carnes que oferece o tipico churrasco regional, “Jack Stack Barbecue”. Esta casa é famosa por seus molhos que são diversos.

Neste estado dos EUA o churrasco é levado a serio. Tanto é que outro dia vimos num programa de TV a cabo um programa de competição de churrascos em Kansas, e os participantes faziam carne, frango e carne de porco. Eles, claro, tinham que apresentar o melhor prato de churrasco para um seleto grupo de jurados. Esta degustação deixou a gente com MUITA água na boca.


Uma das diferenças entre o churrasco deles e o nosso é o molho que eles temperam as carnes, ou melhor, os molhos. Dos picantes aos agridoces tem pra todos os gostos. Inclusive neste programa que vimos, um dos caras injetou um molho com uma seringa dentro da carne. Gustavo prometeu fazer alguma coisa parecida quando voltarmos pra casa. Anotei no meu bloquinho de lembretes.


Voltando ao “Jack Stack Barbecue”, a Julia, esposa do Morango (Guilherme na certidão de nascimento, rs) fez as honras da casa e escolheu os pratos que comemos.
Pra abrir os trabalhos... é claro que tomamos alguns chopinhos, aqui chamados de “drafts”. Tomamos chopp claro e escuro, ambos de fabricação da própria churrascaria, uma delícia!

Tinha um chopp que é escuro em cima e claro embaixo.


Começando a seção comilança, uma saladinha de repolho com molho de iogurte pra não dizer que não comemos legumes, verduras e afins....


Depois desta leve e saudável entrada vieram as grandes estrelas. Uma delas foi o prato de costela de boi com “cheesy corn”, milho ao molho de queijo, também super tradicional aqui nos EUA, torradas e picles.


E o outro prato com costela de porco, batata frita e um feijão típico americano com molho agridoce. Tudo muito bem servido.


Na foto abaixo estão dois molhos que acompanharam as costelinhas neste dia: o da esquerda agridoce e o outro, um molho especial da casa de receita não revelada.



Os dois pratos estavam deliciosos!!! Fomos dormir de barriga cheia, literalmente.


Antes de irmos embora de Kansas a Julia nos presenteou com um delicioso “chilli” feito por ela.

Nós que somos “tarados” por um feijão e quase nunca temos a oportunidade de comer aqui, recebemos esta delícia de bocas e braços bem abertos!!!!!
 

Recados

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