Não dava para ficar mais tempo na Venezuela. Tudo muito caro, preços surreais e ficar ancorado no mesmo lugar, dependendo da vontade alheia deixou de ser uma opção.

A aduana a qual esperávamos a resposta para irmos embora da Venezuela foi manchete de jornais do mundo todo por algumas vezes. Dois dias depois que passamos por ali, um furacão arrebentou tudo. Arrancou árvores, deixou os carros de cabeça para baixo e a área ficou sem energia elétrica. Foi o primeiro furacão da estória da Venezuela. Uma semana depois, um grupo paramilitar, em terras venezuelanas, seqüestrou e matou 10 colombianos que estavam jogando uma partida de futebol. As relações entre Colômbia e Venezuela que já estavam mal, começaram a piorar. Poucos dias depois prenderam 2 colombianos nesta aduana acusados de espionagem. Estes estariam, supostamente, tentando comprar segredos militares venezuelanos.

Acordamos em Maracaibo na terça-feira com a notícia de que tinham matado 2 militares venezuelanos e que a Venezuela estava fechando a fronteira com a Colômbia. A aduana por onde estramos no país...

Foi a gota d’água.

-Porra Ana, vamos pra Colômbia antes que o Presidente Chapolin Chavez comece a cuspir marimbondos. Vai acabar dando guerra e a gente está bem no meio do tiroteio.

- Espero que a fronteira norte esteja ainda aberta.

Jogamos nossos bagulhos rapidamente no carro e partimos cantando pneu em direção a fronteira norte. Chegando lá a aduana estava fechada e depois de trocar uma idéia com um “simpático” oficial de aduana ele carimbou nossos passaportes mesmo de portas fechadas.

Chegamos na Colômbia e o trâmite para entrar foi bem tranqüilo. Não tinha ninguém cruzando a fronteira nesse dia. Só a gente mesmo. 3 malucos.

Pegamos temporais pesados na estrada. Nuvens negras no céu, ruas inundadas. Nesses dias o furacão Ida estava destruindo El Salvador um pouco mais ao norte.

Voltar para Colômbia foi um alívio. Colombianos são como brasileiro... gostam de conversar. São gente fina, sempre bem humorados. Tem-se a impressão que estamos no nordeste do Brasil. A comida é boa com preço é justo.

Nossa primeira parada foi Riohacha, uma cidade bonitinha que parece uma mini Maceió.

Calçadão bacana e uma praia com muitos coqueiros.

Na Colômbia o artesanato é bem original e colorido.

Conhecemos uns brasileiros que compraram um veleiro de 31 pés em San Martin, no Caribe, (lá é bem mais barato que no Brasil) e estavam ali esperando a época de furacões terminar para voltarem para as ilhas caribenhas.

Era a hora de matar a saudade da boa e velha cerveja Club Colombia!! Preço justo e aceitável, finalmente. Tomamos várias!

Nossa! Não fazíamos uma night descente há mais de 1 mês! Estávamos realmente felizes por estarmos ali.

 

Foi ali que chegou um menino vendendo pulseiras:

-Compra uma? Barato.

-Não amigo, não uso esse negócio não.

-Eu tenho do jeito que você quiser.

-Duvido.

-Como você gostaria?

-Quero ver uma preta escrito GustaBo em laranja. – Eu disse apenas 1 vez de sacanagem

-Ok.

O garoto sentou no calçada, desmanchou um e começou a fazer outro.

-Aí Gustavo, agora você vai ter que comprar.

-Beleza, mas duvido que ele faça certo. Só tem escrito Riohacha e Colômbia ali.

O moleque me quebrou no meio, voltou com a pulseira exatamente como eu pedi.

Com aquele menino aprendi mais uma lição nessa viagem: Superar as expectativas é o que difere os bons do resto .

Fiquei tão amarradão que pedi para ele fazer uma escrito Viagens Maneiras. E ele fez direitinho.

Moleque maneiro. Custava 1.000 pesos colombianos. Paguei 10.000. 1000 da pulseira e 9000 pela lição.

A Ana deu uma de Luma de Oliveira e colocou a obra do menino no pescoço.

Depois fomos para Santa Marta e conseguimos colocar o Tapa para dormir no ar condicionado com a gente. Aqui na Colômbia está um calor de matar. O fedorento é engraçado, ele gosta de dormir dentro dos armários dos quartos.

E fomos então para Cartagena de Indias – A cidade murada.

Com suas casas antigas que tem varandinhas no segundo  e no terceiro andar...

9 kilometros de muralha cercam a cidade. A cidade fica dentro de um forte.

Cidade linda e romântica, com suas ruas estreitas, muralhas largas que podemos passear sobre elas, e senhorinhas que vendem frutas deliciosas

e cocadas também. Lembra um pouco Salvador.

De cima da muralha tem uma choperia chamada Casa de la Cerveza de frente pro canal e ....

fica de frente para outro forte chamado Castilo San Felipe, que é lindo de noite.

A cidade tem umas pracinhas com mesinhas espalhadas onde músicos tocam musicas típicas colombianas.

Cartagena é sem dúvida a cidade mais maneira da Colômbia.

Até o fedorento está gostando do astral do lugar!

Chegamos aqui no mês de novembro! O mês das festas na cidade.

É festa todo dia e toda noite.

Praças lotadas com gente fazendo guerra de spray de espuma.

E mesas lotadas de Club Colombia.

É uma época muito parecida com o Carnaval do Brasil.

Cartagena tem suas mazelas também. Alguns malandros fecham as ruas e cobram dinheiro na marra de quem passa de carro.

Passamos por 2 bloqueios e furamos os 2. Colombiano pode ser ruim, mas brasileiro é péssimo. Joguei o carro em cima e mentalizei o strike. Os malandros saíram da frente mas jogaram sacos de lama no carro. O Tapa ficou puto.

Ficamos no lindo Hotel Casas de Las Palmas que dá para ver na foto 360 desta semana. Nos ofereceram o melhor quarto, enorme, com pé direito de 4 metros de altura!

Me senti um barão espanhol. Um luxo!

Comidas e bebidas maneiras

E voltamos para a temida Colômbia...

Seguem algumas palavrinhas em espanhol para não passar fome por aqui...

Desayno: Café da manha

Merienda: Lanche

Tenedor: Garfo

 

Plato: prato

Perro Caliente  ou pancho  : cachorro quente

Almuerzo: Almoço

Servilleta: guardanapo

Cuchara: Colher

Parilla: churrasco

Postre: sobremesa

Cena: Jantar

Taza: Copo

Cuchillo: Faca

Gaseosa: refrigerante

Pan: Pao

Espero que sejam uteis porque o Gustavo, por exemplo, mesmo estando há 4 meses rodando pela America do Sul, continua chamando guardanapo de “servilhada” ao invés de “servilleta” hehehehe

Uma coisa interessante em alguns bares na Colombia é que eles servem laranja com sal como “aperitivo” quando se pede alguma bebida. Concluímos que é para atender tanto os que precisam de glicose como para os que necessitam de sal, rs

É impressionante a diferença de preço de comida entre a Colômbia e Venezuela. Lá é tudo muito mais caro que aqui... por exemplo, na Venezuela uma pizza de mozzarela tamanho médio não sai por menos de R$ 75,00, aqui na Colombia por R$ 20,00 dá pra comer uma pizza tamanho grande. 

Os colombianos comem muito em seus lanches os famosos “deditos de queso”

e o “pan de yuca” que lembra muito o nosso biscoito de polvilho. Os dois são bem gostosos.

Na Colômbia podemos voltar a comer bem por preços bem razoáveis. Para comemorar nossa chegada a belíssima Cartagena pedimos dois pratos deliciosos no restaurante “Casa de Las Palmas” dentro do hotel onde ficamos hospedados com o mesmo nome.

Um dos pratos foi o arroz com mariscos que veio com muito camarão e pimenta e estava soberbo!

O outro prato foi robalo com arroz de coco que também estava muito especial e muito bem feito.

Até!

HOTEIS     ALBERGUES

AGRADECIMENTOS:

HOTEL CASA DE LAS PALMAS

Recados

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