Chegamos na Estônia sem muitas informações do país. Lembro do dinamarquês Flemming abrindo o mapa no capô do Farofamóvel dizendo:

- A civilização termina aqui.

Apontando para Helsinque, ele dizia que a partir dali, acabava a civilização, e que todos os problemas que ele teve na vida envolveram gente da Europa Oriental. E disse:

- Amigo, o esquema lá é tão favela que os hotéis tem mini quintais para cercar seu carro para que não roubem-no.

Com o tempo, percebi que os escandinavos tem preconceito declarado com os russos e com os povos que sofreram alguma influência, sob seu domínio.

 

Na verdade, a Estônia está mais para Finlândia que Rússia. Eles fazem questão de frisar isso. E é verdade.

Vou ser breve na aulinha de história sobre esse canto do mundo que sabemos tão pouco:

Os primeiros habitantes chegaram por ali na idade da pedra há mais de 10.000 anos atrás. Era o mesmo povo que habitava a Finlândia e a Hungria. No século 9 começou a encheção de saco. Os vikings  passaram por ali quebrando tudo com a intenção de criar uma rota de comércio com Kiev e Istambul. Depois vieram as cruzadas cristãs da Dinamarca e Alemanha invadindo e dominando.

No século 16, o russo Ivan “O Terrível”, também entrou na bagunça e invadiu a área. Polônia, Dinamarca e Suécia entraram na briga e a Suécia levou a melhor. Essa guerra foi tão cruel que dizimou quase toda população e a parte rural ficou desabitada. Depois voltou a ser invadida pela Rússia, depois pela Alemanha, depois pela Rússia novamente... e a Estônia só conseguiu ser realmente independente em 1992!

Chegamos durante um importante feriado e todos tomavam cervejinha pelas ruas. Já começei a gostar do lugar...

Assim como em Nova York, acampamos em uma marina.

Adoramos acampar em marinas, pois é ali que nos sentimos em casa.

Em falar em casa, morar no Farofamóvel é uma delícia. A cama é gostosa, o Fedorento tem o cantinho dele, os ventiladores são fortes, dorme todo mundo agarrado no espaço equivalente a de um caixão e o visual do nosso quintal muda quase todo dia. É lindo!

Passamos por um lugar que foi sede de umas olimpíadas que aconteceram ali alguns anos atrás.

Vimos uns figuras tomando cana na grama.

Era aniversário de uma camarada maneiro chamado Mark e caímos na festa também. Ganhamos champagne e o Tapa ganhou torta de morango.

Tapa, o cachorro prostituto, começou aquela esfregação tradicional. Mal sabia o cara que quando ele começa com essa sacanagem, em menos de 30 segundos ele agarra a perna da pessoa e parte pro estupro. Coisa de rotina ...afinal ele já estuprou soldados colombianos e tiras americanos nessa viagem. Nenhuma novidade.

Envergonhado eu gritava em tom de advertência:

-Tapa!! Tapa!!!

Na língua estoniana TAPA significa MATE, ASSASSINE.

Imagine a situação:

O Tapa estuprando o maluco e eu gritando: Mata, assassina logo!!

... que vergonha...

Mas os caras eram super maneiros e levaram na esportiva. Estoniano é sangue bom... muito sangue bom.

A arquitetura local é diferente de tudo que havíamos visto até então.

Visitamos ruínas alucinantes.

O teto deve ter desabado em algum bombardeio.

Tinham calabouços que lembram o filme “O Albergue” onde médicos masoquistas mutilam turistas. Coisas de filme.

Tallin, a capital da Estônia, é divertidíssima.

 Tem os Hare fazendo bagunça...

... umas diabas...

... e seu centro histórico é muito bem preservado.

Cheio de ruelas com restaurantes...

Atrações medievais...

Museus especializados em tortura...

Gente querendo futucar o Tapa.

Lindas igrejas.

Torres com algumas centenas de anos...

E outras lindas construções.

Cara, a Estônia é irada.

O futuro turístico deste canto do planeta é promissor. Pode anotar.

 

Comidas e bebidas maneiras

A Estônia nos surpreendeu em diversos sentidos. Fomos para lá com a idéia de que encontraríamos um país pobre, perigoso e violento. Mesmo com o péssimo palpite de alguns escandinavos que conversamos sobre este país, estávamos muito curiosos para ver e tentar descobrir o motivo pelo qual os países da Europa Oriental não estão entre os principais destinos turísticos europeus. E acabamos descobrindo um país tranqüilo, sem grandes alardes sobre falta de segurança, uma belíssima capital, Tallin, e um passado com muita historia para contar.

Em relação à gastronomia local, não sabíamos muita coisa, pois não há muita informação disponível. Então, descobrimos por nós mesmos.

Os principais alimentos de sua cozinha são os vegetais, batata e o porco. O pão preto, chamado de Leib, ali é sagrado. O Kotlet, um tipo de hambúrguer com cebola, também é tradicionalíssimo.

Para os que gostam de doces, o Kohupiim é a pedida. Um tipo de cheese cake com queijo cottage.

Andando pelas ruas do centro histórico, facilmente você irá encontrar diversas barraquinhas chamadas Maias Munk, com vendedores animados e suas vestimentas medievais, oferecendo as suas deliciosas amêndoas.  Quem for ali não pode deixar de provar.

Nos supermercados, muito peixe condimentado, cortado em pequenas fatias, pronto para servir. Este é um dos que comemos, lembrando muito o gosto de bacalhau...

Cervejas? Claro que não podem faltar. Aí vão as da semana:

- Ale Coq Special: Segundo os estonianos esta é a melhor cerveja do país. Concordamos em gênero, número e grau... deliciosa e imperdível!!

- Sandels: “Bebível”, mas nada demais. Mas, a lata é linda!!!

- Keisari: Cerveja do jeito que gostamos... desce igual a água!!!

- Warka: Cerveja ruiva e deliciosa!

- Senais: A garrafa desta cerva é incrível!!! E nos agradou mais que o seu sabor. Um pouco aguada.

- Karhu III: Gustavo ficou doido quando viu essa lata no supermercado e mais doido ainda quando provamos. Muito boa!!

- Olvi: A melhor cerveja desta leva depois da Ale Coq. Nota 10!!

E viva a linda Estônia!!

 

 

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